quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Mahogany Lodge, Accra, Ghana - Part II

Dia sem visitas mas sempre em reunião com os nossos colegas que são bastante simpáticos e descontraídos. A maior parte são homens, falam inglês para dentro, quase imperceptível por vezes. No entanto, uma das colegas tem um tamanho impressionante!!! Nunca vi uma mulher assim... Deve fazer dois de mim em largura e tem um peito tão grande que não se consegue ver o pescoço! Indescritível! A sério! Mas, tal como os outros, muito prestável e bem disposta.
Continuo na minha senda assassina, com a ajuda da penicilina, para terminar de vez com a "bacteriagem" que vai aqui por dentro. Está a ir... mas devagar. É de 8 em 8 horas que lhes dou forte e feio. É o que temos. Para além disso há o nariz... que está entupido. Entupido como um deserto, onde tudo secou e se acumulou ao longo de gerações e gerações de muco infectado, que só me dá dores quando faço alguma careta mais parecida com aquele tipo extraterrestre do "Men in Black" que vestiu a pele de um humano, curta demais para o seu tamanho. E quando me assouo? Nem vos conto... Às vezes parece uma saída precipitada do Estádio da Luz, por uma só porta, de milhões de adeptos benfiquistas... Não é bonito, é o que vos digo...
Ao almoço, que os colegas entenderam ter de ser numa sala à parte para termos privacidade, comi arroz branco com peixe frito. Estava bom e nem parece nada de extraordinário, pois não? Então tentem lá comer duas postas de peixe frito com uma colher de plástico (único talher disponível...)!! Já torna tudo extraordinário, não é?
Como acabámos mais cedo, pude apreciar a vida quotidiana nas ruas de Accra:
- Filas de trânsito a perder de vista (16h30 é a hora de ponta) em vias de três faixas para cada lado (eles são 3 milhões só aqui...);
- autocarros-carrinhas de 9 lugares, com o cobrador a acenar constantemente pela janela para os passageiros que aguardam nas paragens;
- carrinhos a vender comida, bebidas e outros nas bermas;
- vendedores de tudo, mas mesmo de tudo (pentes, graxa de várias cores, pastilhas, revistas, jornais, cartões de telemóvel, doces, controlos remoto para televisão, amendoins...), que transportam os bens das formas mais imaginativas mas a de ter tudo em cima da cabeça é a que colhe mais favoritismo;
- um empregado com uma bandeira verde e outra vermelha nas mãos a fazer de semáforo numa passadeira;
- os carros da polícia, militares ou diplomáticos a ultrapassar no meio da faixa.
Amanhã haverá mais deslocações, por isso espero mais experiências típicas.
Ah! E ia-me esquecendo... Confesso que sou um "míudo" ao pé dos "grandes"... Hoje, um "grande" mostrou-me como se é capaz de perder umas boas, sem exagero, duas horas a falar de absolutamente nada de jeito e que já podia ter sido tratado e decicido há pelo menos uma semana atràs... Também aprendi como "des"fazer uma apresentação... Brilhante!
Como dizem os espanhóis (e já agora aproveito para dizer que tive 95% no meu exame de espanhol nível 4, olé!), "!no te acostaras, sin saber una cosa más!". Ah pois não!
Hasta mañana!

1 comentário:

Anónimo disse...

Novamente em missão e desta vez com companhia de bactérias. Um pouco mau mas vais ultrapassar isso. Parabéns pelo teu Espanhol e beijinhos. Tia Nita