quarta-feira, 7 de julho de 2010

Coincidências?

A formação lá continua, de vento em popa, bem interessante. Boa dinâmica de grupo e bons formadores também ajudam. Amanhã temos uma visita pela manhã e um jantar num restaurante familiar, com direito a petiscos. Bem bom!
Entretanto, tudo aquilo que tinha planeado fazer hoje pela tarde não aconteceu.
A formação acabou mais tarde e já não tive tempo de fazer um dos circuitos de autocarro que tinha previsto, já a pensar nas fotos que ia tirar, por esse Porto fora...
Também não fui ver a meia-final com o meu colega blogueiro Filipe num típico bar/restaurante do Porto (já foram visitar o http://www.futlol.blogspot.com/?)...
Rendido, resignado, desci às 19h20 para o bar do hotel para ver o jogo. No bar, apenas uma pessoa já se encontrava sentada, uma cerveja na mesa, à espera do início do jogo. Peço uma cerveja também e peço licença para me sentar ao seu lado o que prontamente foi aceite.
Sem papas na língua, pergunto: "O senhor é o Mário Laginha, não é?". "Sou sim", com um sorriso.
Conversámos sobre quem era favorito para a vitória na meia-final. A Espanha foi consensual, até porque ambos achámos que a euforia germânica precisava de um travãozinho... Mas também concordámos que precisava de nos convencer. Fiquei a saber que o Mário é do Belenenses, único clube que apoia. E faz muito bem. O Belenenses é um clube com história. Continuando sem papas na língua, perguntei o que achava das vuvuzelas ("horríveis... Não deixam ouvir os adeptos a puxar pelas suas equipas, como os brasileiros e o seu samba...") e se estava no Porto para algum concerto. Também lhe disse, infelizmente por não ter conhecimento de causa, que não sabia se gostava do seu trabalho ou não... Não tenho nenhum cd, nem nunca fui a nenhum dos seus concertos, se bem que acho que vi um videoclip no Top+ uma vez ("Normalmente o meu trabalho não costuma aparecer no Top+... Ah! Talvez um com a Maria João..."). Deve ter sido esse...
Falámos de Saramago e do facto de eu (a vergonha!!) ainda não ter lido nenhuma das suas obras... Prometi que ia comprar livros do Saramago e pelo menos um cd do Mário para, na próxima vez que o encontrasse, lhe poder dizer o que acho dos seus dotes artísticos ("Aí é que vai dizer que não gosta de certeza do meu trabalho!!"... muitos risos!).
O Puyol marca o único golo da Espanha e batemos palmas, convictos de que foi merecido, porque o futebol flui na "La Roja" e dá prazer vê-los jogar.
Despedimo-nos com um passou-bem e o mútuo desejo de felicidades para o futuro.
Obrigado Mário.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Antiga, Mui Nobre, Sempre Leal e Invicta Cidade do...

... Porto.

Este nome, que tanto ouvi repetir nos últimos anos, ressoava na minha cabeça ao mesmo tempo que memórias de momentos e emoções menos agradáveis teimavam em sair dos buracos onde se tinham escondido, acabando com a falsa sensação de tréguas existente. Quando decidi tentar participar numa acção de formação nesta cidade, de 5 a 9 de Julho, confesso que o que contei no parágrafo anterior efectivamente aconteceu. Mas o facto de depois continuar em Portugal e ficar de férias por mais uns dias fez com que eu não pestanejasse sequer quando soube que podia vir.
A aproximação ao aeroporto Sá Carneiro, no domingo foi fantástica. Com o sol em pano de fundo, não fica nada atrás da aproximação ao aeroporto da Portela. É igualmente arrebatadora...
Apanhei um táxi até ao hotel, que fica bem no centro do Porto, em plena Praça da Batalha. O taxista, o Sr. Vieira, demorou uns 5mn até meter conversa... Deve ter achado que eu vinha de férias, ou algo assim... Apresentações feitas, passámos ao que interessa: futebol. A transferência do João Moutinho do SCP para o FCP, o Villas-Boas, o SLB, o Pinto da Costa, o Bruno Alves, o Raúl Meireles... O Sr. Vieira trabalhou na manutenção do Estádio do Dragão e até tem bilhetes de borla para ir ver jogos importantes como os da Liga dos Campeões, mas se dá na televisão, prefere ficar no sofá... Mas já levou a mulher e um casal amigo ao estádio para ver um jogo menos importante da Taça da Liga. Pelo caminho, atravessamos o centro do Porto e algumas avenidas e praças emblemáticas. "Bolas" penso, "isto até é bonito carago!".
Tive sorte com o quarto, pois tenho uma vista desafogada, onde o sol se põe no horizonte recortado pelas casas e monumentos que povoam as colinas (tal como as de Lisboa) que constituem o Porto. A Estação de S.Bento fica aos meus pés e o som das gaivotas à noite dá aquele peculiar toque marítimo aos portuenses que habitam esta zona, classificada como Património da Humanidade.
Na segunda, após a formação, descemos até à Sé Catedral... Magnifica vista sobre o rio Douro e o cais de Gaia (onde já estive várias vezes e recomendo que passem por lá). Continuamos a descer por estreitas ruas e vielas, escadarias íngremes e labirínticas que passam pelo meio de casas encavalitadas umas nas outras, equilibradas em rochedos. A roupa está estendida na rua, os putos brincam em tronco nu e os vizinhos, sentados nos degraus das suas portas, tagarelam ao mesmo tempo que vêem passar os turistas... Aqui faz fresco porque o sol não é convidado a entrar e de vez em quando sou surpreendido pelo delicioso cheiro de uma qualquer caldeirada ao lume... Chegamos à Ribeira e ficamos de frente para a outra margem. A ponte D. Luís I revela-se em todo o seu esplendor e o Metro do Porto passa languidamente no cimo, ao mesmo tempo que os carros atravessam o rio no tabuleiro inferior. Um fino e tremoços... Que saudades.
O calor é quase insuportável... Tudo serve para refrescar, incluindo mergulhos no Douro. Não arrisquei.
Hoje atravessámos a ponte D. Luís I pelo tabuleiro de cima. As curvas do Douro, marcadas pelas margens do Porto e de Vila Nova de Gaia, que rio acima são escarpadas, mas não menos bonitas que as rio abaixo, mais planas e cheias de vida. Avistamos pelo menos 4 outras pontes que ligam estes dois municípios. O plano do resto da tarde passou por uma visita às caves da Sandeman onde nos explicaram tudinho sobre o vinho do Porto, seus diferentes tipos e sabores, com direito a uma prova no final. Mais uma vez... Que saudades. Tenho de levar uma garrafa comigo quando voltar a casa. No regresso, feito uns metros mais abaixo da vinda, caminhámos sempre a subir até à Praça da Batalha, onde também mora o Teatro Nacional S. João e onde começa/acaba a Rua de Santa Catarina (sim, aquela do Monopólio). Na praça há paragens dos famosos circuitos dos autocarros turísticos (a ver se amanhã tenho tempo para pelo menos fazer um deles) e do "Porto City Tram Tour". Um eléctrico!!! Não fazia a mínima ideia que havia eléctricos no Porto. Brilhante!


Ah! Aquelas sensações e memórias do princípio do post, sabem? Já cá não moram...