quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Argel, Argélia - última parte

De segunda até agora não se passou nada de especial, tirando os 5-0 do Barcelona ao Real Madrid, o wikileaks andar a chatear meio mundo e a agradar ao outro meio e a neve não parar de cair na Irlanda!!!!
Segunda e terça foram mais visitas, com direito a conhecer os subúrbios de Argel. Num destes bairros, depois do almoço e ao regressar ao carro, vínhamos por um passeio, quer dizer, algo que se parecia com um passeio, cheio de desníveis e pedras e grelhas para escoar a água, quando eu decidi andar e olhar para uma loja ao mesmo tempo... Já estão a ver, não é? Bati primeiro com a canela esquerda em algo muito duro, depois com a canela direita e repeti os mesmos dois movimentos até olhar para baixo e perceber que estava a tropeçar num vaso gigante de cimento!!! Sim, eu disse gigante e eu não o vi!!! Quase que caí, mas lá me aguentei e as canelas ainda me doem comó caraças!!!!
Hoje foi só escrever. Aliás acho que tenho a reunião final de amanhã e o relatório feito, só falta mesmo juntar as conclusões finais e pôr umas recomendaçõezitas e já está! Sim, porque se conseguir regressar a casa amanhã (o que não é garantido porque o aeroporto de Dublin está num intermitente fecha-abre-fecha por causa da neve...) tenho pouco tempo, até ir de férias de Natal para Portugal, para aproveitar a estadia... E vai haver tanto para fazer!!! Ele é festa de natal das crianças do escritório (acho que vou repetir a graça do ano passado e fazer de Pai Natal!), festa de Natal do escritório, aulas de espanhol, curso de inglês escrito, o yoga, o futebol, as prendas para o Natal... Acho que não vai dar para tudo! Mas pelo menos vai ser divertido! Por isso, quanto mais fizer agora melhor!
Mandei a versão final ao "grande" para ver o que sai daquela cabeça... Estou para ver!
Abraços e beijinhos.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Argel, Argélia

Terça-feira, 23 de Novembro a Domingo, 28 de Novembro
Tantos dias e nada para contar? Não... Nem pensar nisso! Entre o “não houve tempo” e “nem sempre tive internet” as desculpas oscilam... Mas vamos lá ao que interessa.
O trabalho está a correr bem e todos estão a cooperar. Até o “grande” (lembram-se daquele que esteve comigo no Ghana?) se tem portado bem. O ambiente tem vindo a ser mais descontraído o que ajuda sempre.
Durante estes dias estive no este e no oeste da Argélia. Passei por experiências engraçadas e vi outras curiosidades que vou tentar relatar aqui, sem demorar muito tempo...
Na terça ficámos em Annaba, com direito a escolta policial (4 polícias dentro de um Polo, a fazer barulho com a sirene...) porque tínhamos de ser protegidos. Não sei de quê, nem de quem... E até só faz com que todos olhem para nós. Enfim... Passámos por algumas zonas junto à praia, onde os pescadores desportivos se sentavam debaixo de enormes chapéus de sol para se protegerem... da chuva e do vento. Ao final do dia a escolta já se tinha ido embora. Aproveitámos para jantar no restaurante panorâmico do hotel modelo socialista-comunista dos anos 60.
Na quarta viajámos quase até à Tunisia. Tínhamos uma vista programada no Lago Mellah, uma zona natural protegida de interesse mundial na “wilaya” de El Tarf. E com razão, porque é fantástica! Até lá chegar, passámos por uma vila onde um mercado de rua estava a terminar. Fez-me lembrar as nossas feiras municipais, onde os vendedores são na maioria ciganos. Havia de tudo, apesar da lama e da chuva... Desde legumes até panelas e alguidares, passando pelos sapatos. Tudo isto sem escolta nenhuma porque o perigo parece só morar no centro da cidade... Para chegar perto do lago fizemos um pouco de todo o terreno o que me fez pensar seriamente em tirar um curso de 4x4 no futuro. Já no dito lago, aconteceu-me algo pela primeira vez. Enquanto fazia perguntas ao proprietário do estabelecimento, este começa-se a sentir mal e sai da sala para se ir deitar. Talvez quebra de tensão, pensei eu... Fomos dar uma volta pelo lago e quando voltámos o senhor tinha ido para o hospital com uma suspeita de ataque cardíaco. Fiquei preocupado... (O senhor já voltou a casa entretanto e está bem...). Disseram-me que já tinha acontecido recentemente, mas isso não serviu para me descansar. Não nos fomos embora sem provar as douradas e savelhas do lago grelhadas de propósito, de pé, e à mão!!! Estavam deliciosos. O dia acabou com uma viagem já pelo escuro até ao hotel retro.
Quinta voltámos a ficar em Annaba, com os nossos amigos polícias e o seu Polo. Almoçámos num restaurante junto ao mar, com um menu dedicado ao mar. Aqui come-se peixe fresco muito bom, mesmo. Ao final do dia, mais um martírio: um vôo para Argel. Bem, para falar verdade, o vôo não foi mau, mas toda a logística dos aeroportos argelinos é insuportável. Começa logo pelo controlo à entrada do aeroporto, pelo check-in que é o mais normal de tudo até, depois pelo preencher sempre um papelinho com os dados pessoais e para onde vamos, a seguir o controlo pela polícia desse mesmo papelinho, mais um controlo para entrar na sala de espera... A seguir o óbvio acontece quando o país só dispõe de uma companhia área autorisada a viajar internamente: atrasos de pelo menos 1 hora nos vôos do final da tarde... Perdem-se horas de vida em aeroportos que não têm nada!!! Nem uma lojeca para comprar uns postais para mandar... Segue-se um percurso de autocarro à pinha, uma saída a conta gotas para reconhecer as malas antes de entrar no avião (sim, as mesmas malas que deixámos no check-in estão à nossa espera ao lado do avião...), depois um controlo da bagagem de mão e uma revista pessoal e a seguir avião, mas sem lugares marcados porque pelo caminho ficam-nos com os cartões de embarque (se eu quisesse reclamar ia ser bonito...). Todos os vôos até agora tiveram atrasos...
Sexta ficámos em Argel e despedimo-nos da nossa colega espanhola que nos ajudou para a parte dos bivalves. Foi trabalhar de manhã e penar novamente no aeroporto à tarde. Como vingança comi um hamburguer num “Quick” que existe no terminal, lembrando-me Bruxelas. Chegámos a Oran, a oeste, no melhor hotel da missão e pude provar um bom couscous ao jantar.
Sábado foi talvez o dia mais caricato... Começámos com um Polo e três polícias lá dentro, numa chinfrineira de luzes e som... Depois da primeira visita já eram três motas da “Gendarmerie”, tipo a nossa Guarda Republicana, e o Polo... Foi um ver se te avias de trânsito cortado e alta velocidade... A seguir ao almoço, as motas tinham desaparecido, mas agora tínhamos duas carrinhas VW Transporter com três polícias cada e ainda o Polo... Hilariante! Até porque fomos para um sítio meio descampado, onde não havia grande concentração de pessoas. Uma palhaçada... O jantar compensou tudo: comemos “mechoui” que não é mais do que um cordeiro assado no forno, lentamente para manter a humidade, parecido com o nosso leitão. Mais uma vez comemos de pé e com as mãos!! E foi uma experiência fantástica porque nunca tinha comido nada assim... Simplesmente divinal! E o facto de arrancar a carne com os própios dedos dá uma sensação de primitismo peculiar.
Finalmente hoje, logo pela manhã, tive de ir acordar o nosso colega argelino que nos acompanha porque se deitou às 3 da manhã e não havia nada que o acordasse... Tive de entrar no quarto dele e abaná-lo!!! Perdemos a escolta “à grande e à francesa” e só os nossos amigos do Polo nos acompanharam, mas nem por isso fizeram menos barulho. Despedimo-nos de Oran, onde fomos muito bem recebidos e apanhámos mais um vôo de regresso a Argel, com o já famoso atraso... Ficamos mais quatro dias em Argel para terminar a missão. E na Irlanda já neva e faz -10ºC... Tempo de Natal!

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Annaba, Argélia

Segunda-feira, 22 de Novembro de 2010
Chegada a Argel, já de noite no Domingo. Encontrámo-nos todos num aeroporto moderno e com boas condições. O nosso contacto já nos esperava e assim que recolhemos as malas, fomos conduzidos ao hotel. Passámos por auto-estradas com controlos policiais que reduzem as faixas de três para uma , dificultando o trânsito, já de si complicado. Conduz-se depressa, sem respeitar os traços nas vias ou os piscas. Vamos num jipe e o condutor acha-se todo poderoso porque enfia o veículo na direcção programada sem pedir licença. Deixamos as estradas maiores e entramos em ruinhas e ruelas ziguezagueantes, ora a subir, ora a descer... Passamos por ruas apinhadas de carros estacionados dos dois lados, num labirinto que parece não ter fim. Finalmente, depois de uma subida mais desafogada, chegamos ao destino, o Hotel El Biar. Nada de especial, muito pelo contrário. Decoração minimalista sem gosto nenhum, corredores de quartos que fazem lembrar os prédios dos anos 50 em Lisboa... Há internet à borla, o que é sempre bom, e um restaurante com comida barata e boa e que soube mesmo bem para um final de dia cansativo. Não estou aqui para turismo, por isso “dá para os gastos”.
De manhã somos recebidos com chuva e trovoada, um pequeno-almoço ainda mais minimalista que a decoração do hotel, onde as metades de “baguettes” torradas parecem ter sobrevivido penosamente ao fim-de-semana todo... Embrenhamo-nos de novo pelo labirinto da capital argelina e consigo avistar, não muito longe mas impossível de alcançar por causa do trânsito imóvel, a chancelaria da embaixada de Portugal com a nossa bandeira desfraldada. Sorrio... É como estar mais perto das origens, sabe bem e dá confiança para a reunião inicial. No centro cosmopolita de Argel, as ruas são largas, geométricas, mas não menos ocupadas por carros, autocarros, motas e pessoas e mais pessoas... Os prédios são altos, brancos, preenchidos por varandas de ferro forjado azul marinho, cada uma com a sua antena parabólica... Ao nível do rés-do-chão, grandes colunas criam arcadas que protegem as lojas e os transeuntes da chuva que vai caindo, rematando o toque colonial das avenidas. Não consigo perceber se há mais mulheres ou homens na rua, mas certamente vejo mais homens, aparentemente sem nenhuma ocupação, conversando animadamente nos passeios. Há muitos polícias, mas o caos automobilístico não desaparece.
Ao almoço podemos comprovar a qualidade do pescado fresco grelhado que aqui se consome, com um acompanhamento não menos delicioso que incluiu massa (espirais, mais concretamente) e cebola e nabiças salteadas. O mais chato é ter que levar com o fumo do tabaco... Sim, aqui pode-se fumar. Depois do trabalho finalizado, seguimos para o aeroporto, depois de passar amíude por mais controlos policiais e por 4 controlos seguidos mesmo à entrada do nosso destino. O check-in foi demorado e a espera pelo avião ainda pior... Atraso de duas horas. Para matar o tempo, conversa-se, anda-se e quando a fome apertou comprou-se chocolate Milka, modelo “Dark Alpine Milk Chocolate” e um pacote de “galletas rellenas de crema de fresa” da marca “Elgorriaga” (que parece que existe desde 1700...). Tudo, como puderam ler, produtos argelinos!O vôo foi, no mínimo, massacrante ao ponto de me ter feito enjoar nos últimos 10mn com a ajuda da turbulência. Voámos para o este da Argélia, muito perto da fronteira com a Tunisia, para uma cidade chamada Annaba. As ruas aqui parecem mais desertas, mas os nossos amigos polícias continuam a controlar tudo... Incluindo um dos jipes que faz parte da nossa comitiva, atrasando-nos ainda mais. O nosso “poiso” para as próximas três noites é o Hotel Seybouse, cinco estrelas. Fez-me logo lembrar aqueles prédios nas esquinas da Avenida de Roma quando se vem da Avenida dos Estados Unidos da América, só que um pouco mais alto (estamos todos no 11º piso). Na tradição do mais “kitch” possível, o interior é uma réplica fiel de um edíficio comunista, cuja decoração retro dos quartos nos transporta para um antigo filme de espiões da época da guerra fria. Peculiar, “sui generis”, mas engraçado. Pena a internet respeitar estes pregaminhos e não me deixar postar este longo texto. Vão ter de esperar por amanhã, quando estiver no lobby. Ah! E não houve jantar, por isso contentei-me com o resto das “galletas”...

domingo, 21 de novembro de 2010

Aeroporto de Dublin

"On the road again...", mas se calhar deveria dizer "on the air again...". Estou no lounge do aeroporto de Dublin a fazer tempo até embarcar para Paris e depois sigo para a Argélia. Repito o continente africano, mas desta vez a parte que está mais próxima da Europa. Vai-se falar muito francês e algum espanhol. O mais curioso é que vou viajar sozinho até Argel, onde espero encontrar o resto da minha equipa: o "grande" com quem me fartei de aprender no Ghana e uma colega espanhola que esteve comigo no Canada o ano passado. Mas desta vez quem manda sou EU!
Quando regressar já estaremos em Dezembro e a pensar no Natal e nas férias... Que bom! Até pode ser que haja neve na Irlanda, quem sabe? Pena ter de escrever o relatório quando voltar, mas vou tentar fazê-lo bem depressa para ficar despachado e dedicar-me mais à quadra natalícia.
Como sempre, vou escrevendo e partilhando quando puder, ok?
Um abraço.

sábado, 30 de outubro de 2010

Aeroporto de Heathrow, Londres

A missão terminou e a equipa dividiu-se. O meu colega francês e eu decidimos oferecer uma prenda à nossa colega espanhola como agradecimento pela excelente companhia. Ela vai ficar mais uns dias em Toronto, com a família, para ir ver as cataratas do Niagara. Despedimo-nos com uma cerveja e guardámos o momento para a posteridade.
Depois de 6h30 de vôo, dois filmes e meio, un jantar e uma tentativa falhada de dormir, chegámos a Londres pelas 6h10 da manhã (ou melhor, 1h10 de Otava...). O avião ainda andou às voltas pelo sul de Londres para fazer tempo porque não se pode aterrar antes das 6 da manhã. Como não estava enevoado, deu para ver a "London Bridge" iluminada por potentes holofotes e a roda gigante a que chamam "The Eye", a mesma que o Quarteto Fantástico salvou num dos seus filmes.
Este aeroporto é um labirinto! Acho que andei mais de 30mn só para chegar até ao lounge da "bmi", sem contar a viagem de autocarro do terminal 3 até ao terminal 1. Já no lounge, vazio, silencioso, reclámamos uns quantos sofás como nossos e instalámo-nos à vontade. Confesso que dormir num passo pequenino não é o melhor dos descansos mas deu para recuperar um pouco.
Acabaram de nos chamar para a última etapa... Vamos lá então, porque já temos saudades de casa e de quem nos espera!!
Beijinhos abraços e até à próxima!

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

O 7 em 1, live from Ottawa!

E por favor nada de piadinhas futebolísticas!!! Não é o 7 a 1...
Vou tentar resumir num post os últimos sete dias em que não vi aqui partilhar as minhas experiências no Canada. Vamos lá então...

Sexta-feira, 22 de Outubro:
Visitámos uma fábrica de manhã e não houve tempo para mais porque tivemos de voar de Halifax para St. John a meio da tarde num pequeníssimo avião de 18 lugares!! Os meus colegas entraram primeiro e uma vez dentro do avião repararam que não havia casa de banho! Tiveram de sair, pegar na bagagem de mão e voltar para o terminal até encontrarem uma. Entretanto, os outros passageiros esperavam e eu também lá bem atrás na última fila. Logicamente, eles foram os últimos a entrar no avião e passámos o resto da viagem a rir e a tirar fotos e a dormir também. Aterrámos na província de New Brunswick, no diminuto aeroporto de St. John e uma vez no taxi perguntámos se havia algum restaurante interessante que servisse marisco. O taxista indicou-nos o Billy's como referência. No hotel, onde supostamente eu tinha reservado uns bons quartos no piso do "Executive Club", deram-nos uns quartos mínimos nos cantos do edíficio onde mal podíamos entrar e andar se a mala estivesse aberta... Enfim, decidimos tratar do assunto depois do jantar... O Billy's estava à espera! E ainda bem que fomos... Comemos umas deliciosas lagostas e bebemos umas cervejas canadianas para começar a relaxar e aproveitar o fim-de-semana. Depois do jantar descobrimos um barzinho chamado "hapinezz" onde conersámos e rimos mais um pouco. Fomos inspiradíssimos pela noite divertida pedir para mudar para quartos melhores já que íamos ficar por três noites e lá nos resolveram o problema.
Fomos dormir bem mais confortáveis!

Sábado, 23 de Outubro:
Depois do pequeno almoço, decidi trabalhar pela manhã para poder contribuir o máximo para a missão durante o fim-de-semana e depois do almoço, que mais uma vez foi bom e divertido, andei a passear pelo único centro comercial da cidade antes de voltar para mais umas horitas de trabalho. Acabámos o dia outra vez no "hapinezz" a confraternizar. É sempre bom, do meu ponto de vista, poder ter colegas mais velhos, com diferentes experiências, com quem se pode conversar, aprender e até... brincar.

Domingo, 24 de Outubro:
Manhã sossegada, tarde ocupadíssima. Tomámos conta do "Executive lounge", espalhámos os nossos documentos, pastas, computadores e foi trabalhar até às 21h, sem parar, mas sempre motivados. A noite foi mais calma, por isso nada de "late drink" porque na segunda havia que levantar cedinho.

Segunda-feira, 25 de Outubro:
Uma viagem de carro de 40mn levou-nos a outra cidade de New Brunswick, chamada St. George. Pequena, muito pequena, sem grandes lojas ou supermercados. Mal nós sabíamos que nem sequer sítios para comer havia!!! Ficámos alojados no "Granite Town Hotel", de três estrelas e meia (sim, leram bem, 3 e meia... tal como no cartaz gigante à beira da estrada anunciava). Depois de conhecer as colegas do serviço local, atravessámos um bocadinho da baía até à "Deer Island", num ferry "sui generis". Um pequeno barco agarrado a uma plataforma onde se cabem 5 ou 6 carros...Já do lado de lá, íamos atropelando um veado pelo caminho!!! Passámos o resto da tarde num estabelecimento de lagostas. Acho que nunca tinha visto tantas!! E tão bonitas! No regresso falhámos o ferry e tivemos de esperar 45mn até chegar o ferry "grande" (onde cabem mais dois ou três carritos...). Chegámos ao hotel 10mn depois da cozinha fechar e tivemos de descobrir onde comer aquela hora. Acabámos num bar, o único lá da terrinha, já todo decorado para a festa de halloween, onde a moda é ter jeans rasgados a mostrar o pernil, com um prato de galinha frita e batatas. Melhor que nada!

Terça-feira, 26 de Outubro:
Trabalho, trabalho e mais trabalho... Mas nada de que me queixar! É sempre bem vindo! Pelo meio aproveitamos para ver as paisagens, os rios, as cores das árvores... Uma colega nossa sugeriu então que fossemos a um sítio mais simpático com boa comida. Ficava a 25 mn a pé do hotel o que nos fez andar um pouco, mas já sobre uma chuvinha molha-todos. À noite, mais trabalhinho.

Quarta-feira, 27 de Outubro:
Último dia de visitas no terreno. Uma chuva estúpida, daquelas que está sempre a mudar de direcção não nos largou quase o dia todo. Só foi substituída por um nevoeiro tramado que não deixou o avião que nos ia levar a Montréal aterrar... Resultado: um atraso de 1h30 e uma chegada tardia a Otava. No aeroporto de Montréal, jantámos num bar onde os meus colegas, grandes valentes, pediram umas cervejas "large"... Estamos a falar de canecas de vidro com 1l de cerveja dentro!!! Se vissem a cara da minha colega espanhola... De morrer a rir!!! Nem conseguia pegar na caneca só com uma mão!!! Demais... Para mais tarde recordar!

Quinta-feira, 28 de Outubro:
Ou seja, hoje para mim, já amanhã para vocês e para o blogue. Trabalhei o mais que pude ontem de noite para ficar com a manhã mais desafogada. Aproveitei para dar um passeio, mas acabei dentro de um centro comercial para me refugiar do vento frio que fazia. E fiz as minhas primeiras compras de sempre no famoso armazém "Sears"!. Foi bom para distrair e fazer um pouco de exercício. Depois do almoço, uma sestinha e mais trabalho para finalizar tudo. Estamos prontos para a reunião final de amanhã e confiantes de que esta foi uma das missões mais simpáticas que já fizemos. Amanhã o regresso é pela noite dentro com chegada prevista a Londres pelas 06h30... Saudades de casa!!

E pronto! o 7 em 1 está feito! E como diz a minha colega espanhola "me lo pasé bomba!!"

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Até parece que ninguém liga nenhuma a isto... nem eu!

Mas é mentira!!!
Deve ser do isolamento que se sente aqui em St. George, pequena cidade da província de New Brunswick...
Andamos todos tão atarefados com as nossas vidas que acabamos por não ter tempo para tudo...
No Canada está-se muito bem mas também se trabalha bastante e daí o fim do dia não permitir tanta "liberdade" para vir aqui partilhar convosco o que se vai passando (são vinte para as 02h00 e acabei há pouco de terminar uns documentos com a minha contribuição para a missão...).
Mas eu vou contar!!! Eu sei que vou... só não sei é quando!ehehehehe!!!
Enfim... Amanhã dia motivador pela frente porque vou substituir o inspector "lead" durante o dia todo. Que bom! Vamos a isso! Mas primeiro uma soneca, ok?
Tenham um bom dia!

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Dartmouth, Nova Scotia, Canada - Part I, II e III

Se eu não escrevesse um post daqui vocês não acreditavam que eu tinha passado por aqui, pois não? Se recuarem até ao ano passado, lá para Setembro, devem descobrir uns posts a descrever esta cidade e a outra também muito conhecida, Halifax, que fica do outro lado do rio.
Por isso não percamos mais tempo e avancemos até porque amanhã tenho de acordar às 05h45...
Ora bem... Dia tranquilo, muitas reuniões, perguntas, respostas, documentos, apontamentos... O costume. Tivemos mais frio e pela primeira vez desde que chegámos chuva e parece que amanhã ainda vai estar pior. Mas como estamos de partida ao final do dia, pode ser que não nos afecte muito.
Ao almoço tive o meu primeiro cheirinho de Natal quando parámos num restaurante a caminho de uma fábrica de peixe. Para além de comida (que era muito boa) também vendiam todo o tipo de coisas como roupa quentinha para o inverno, velas e afins decorativos, molhos, especiarias e apetrechos de cozinha e... decorações de Natal!!! Em madeira ou de vidro, mas todas a lembrar que a época natalícia está a chegar com todas aquelas coisas boas que nos aquecem o coração. Por falar nisto, tenho de ver se arranjo um presépio... De notar que no restaurante só estava sentada toda a ala feminina septuagenária das redondezas. Umas queridas! E a lareira a crepitar o tempo todo...
Tendo dado o dia por terminado pelas 18h00, decidimos dar descanso ao nosso colega que também tem servido de motorista, e fomos de táxi até ao restaurante que nos recomendaram no hotel. Atalho de foice, o Country Inn onde estamos instalados é tal e qual um em que estive o ano passado num sítio qualquer isolado do Canada, ou seja, piroso... Mas tem net à borla! O taxista que nos levou até ao restaurante era bielorusso, de seu nome Alex, há 20 anos no Canada e cidadão canadiano por direito. Mas muita maluco!!! Não conseguia conduzir com as mãos quietas no volante, sempre a levantar os cotovelos como se fosse uma galinha cheia de tiques nas asas e falava sem parar... Falou da família, da mulher, do passaporte Canadiano e dos países que agora podia visitar e que antes não era capaz por causa do passaporte Bielorusso, dos estudos na Academia da Marinha em Murmansk... Fez montes de perguntas e no fim saiu-se com esta para o nosso colega canadiano (para ler com pronúncia russa, como nos filmes):
"- Could you tell me who was special agent who broke down fish industry in New Foundland? Do you know it? Please, tell me! Before New Foundland full of fish and industry, but now empty! Totally broken! Must have been foreign enemy agent!". Isto enquanto abria os olhos esbugalhados e agitava os braços sem parar... Um espectáculo, digo eu!
No restaurante recomendado, o "The Mic Mac Bar and Grill" comeu-se divinalmente... Bons bifes, suculentos e tenros e um puré de cenoura delicioso. Ainda arranjei coragem para uma sobremesa, um "apple crisp". Regámos tudo com cerveja da terra, sempre em amena e divertida cavaqueira. No regresso, acho que fomos conduzidos por Gandalf, o Branco, mas com menos trinta quilos que o original do filme do Senhor dos Anéis.
Tenham uma boa noite ou bom dia conforme desejarem!
Ah! E aprendi duas novas palavras em espanhol: "ganduleria" e "gandul". Adivinham o que querem dizer?

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Liverpool, Nova Scotia, Canada

Segundo dia despachado. O tempo continua solarengo, mas o frio aperta um bocado mais para o final da tarde. Não há muito para contar porque tudo está a correr bem: bons colegas, competentes, interessados e boas companhias.
Viajámos de carro até esta pequena cidade, um pouco mais para sul da província de Nova Escócia, chamada Liverpool e vimos a beleza da paisagem... Árvores, lagos, rios... Um regalo para os olhos!
Estamos hospedados num Best Western novinho em folha e, pelo mesmo preço que paguei ontem, estou num quarto com o triplo do tamanho, uma casa de banho gigante e tudo a cheirar a novo e muito confortável! Sou um sortudo!
Abraços.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Ottawa, Ontario, Canada - Part II

Estamos os três, uma espanhola, um francês e um português com os nossos laptops no colo, à frente da porta de embarque para o vôo que nos vai levar para Halifax, na província de Nova Escócia. A reunião inicial já é passado e correu bem. Tempo para consultar os e-mails do trabalho...
A nossa colega, que veio como observadora, definiu-nos como "transformers". Isto é, ontem erámos uns colegas descontraídos e relaxados e desde hoje de manhã, vestimos a pele de inspectores e transformámo-nos em pessoas diferentes. Até pensei no princípio que fosse por causa do fato e da gravata e da barba feita... Mas não. Confesso que nunca me tinham dito tal coisa e até achei piada e acabámos todos a rir.
Para já, tudo a correr bem e o tempo a fazer maravilhas às cores com que as árvores nos brindam!
Até loguinho.

Ottawa, Ontario, Canada - Part I

Segundo dia em Ottawa (ou Otava, em português) e um início de missão diferente. Como só começamos na segunda-feira, ontem à tarde houve tempo para um passeio pelo centro e hoje mais tempo para uma daquelas visitas guiadas em autocarro. O que impressiona mais aqui é a colina do Parlamento que data de 1860 e picos. É verdadeiramente bonito! Há também imensa água à volta porque o rio Otava passa logo ali em baixo, separando as províncias de Ontario - onde fica Otava - e do Québec (ou Quebeque, em português).
Do outro lado do rio, no Quebeque, fica a cidade de Gatineau (e desta vez não há tradução para português) onde foi construído o Museu das Civilizações que tivemos a oportunidade de visitar. Excelentes exposições permanentes e temporárias, um raro achado, e numa localização perfeita ao lado de um parque com uma vista do Parlamento extraordinária.
O Outono já se manifesta por aqui em todo o seu esplendor o que significa árvores de todos os amarelos, cor-de-laranjas e vermelhos possíveis em cada recanto da cidade.
Voltando um pouco atrás, infelizmente não tirei nenhuma foto da classe em que viajei no avião mas foi das mais confortáveis até hoje. Pude ver três filmes: "Knight and Day", "Cemetery Junction" e "Io Sono L'Amore". O primeiro é levezinho e divertido, mas apalhaçado (mas os Açores são mencionados!!!), o segundo é realista, inteligente e inspirador e o último é... digamos só que... MUITO BOM!
Deixo-vos aqui umas fotos destes dias... e um até já!










sábado, 16 de outubro de 2010

Aeroporto de Heathrow, Londres

De novo na estrada... perdao, no ar. Desta vez rumo a um pais ja conhecido, o Canada. Breve paragem em Londres, depois de um atraso de 50 minutos a partida da Irlanda. Nao ha problema, ainda temos tempo. Curiosidade: primeir vez que vou viajar num aviao apenas com tres filas de lugares na classe executiva. Parece que os assentos se deitam completamente... Depois conto e talvez tire uma foto!
Tenho ainda muito para contar, por isso, nao percam os proximos episodios!
Bom fim-de-semana!

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Aeroporto de Schiphol, Amsterdam

De regresso ao meu continente e daqui a pouco à minha ilha... É a primeira vez que regresso a meio de uma semana, o que quer dizer que amanhã tenho de ir trabalhar sem ter aquela descompressão pós missão que os fins-de-semana proporcionam. Mas não pensem que me estou a queixar, porque não estou!
Durante a manhã de ontem, o "grande" ficou entrevadinho do pescoço e das costas e teve de ir a uma farmácia... Adivinhem quem teve de acabar o documento para a reunião final? O "míudo", claro está! Lição nº... Já não sei, perdi a conta. Fartei-me de aprender, bolas!
Depois da reunião final, ainda tive tempo para correr pelo centro comercial de Accra e arranjar uns postais (que só devem chegar lá para a semana que vem, mas consegui!) e mais umas lembranças. Para o mano, especialmente... uma camisola dos Black Stars!!! Mas não é a branca porque não havia o teu tamanho, nem maior. Vais ter de usar as das riscas, eheheh!
Ainda tivemos tempo de ir a casa da amiga do "grande" onde pudemos trocar de roupa e descontrair um pouco antes da viagem. Ficaram curiosos com o meu nome, pois nunca tinham ouvido um igual. No aeroporto, já depois do checkin, a espera para o embarque foi caricata. Uma senhora ganesa da KLM anda pelos corredores da sala de embarque com um megafone vermelho a explicar aos passageiros os procedimentos de embarque. Isto ao mesmo tempo que televisões de tamanho considerável e volume altíssimo entretêm os passageiros.
O vôo foi pacífico, apesar de uns chuviscos e relâmpagos pouco depois da partida. Assusta um bocado vê-los pelas pequenas janelas, parece que estamos no meio da tempestade e que a qualquer momento podemos ser atingidos por um raio descontrolado. Mas como disse, foi tranquilo, até porque como não ia cheio pude escolher um lugar isolado, para estar mais à vontade. No avião, decidi experimentar o duty free e comprei um relógio, da marca suiça Mondaine e um perfume. Confesso que foi um mimo por ter aturado o "grande" durante a missão e também achei piada ao relógio por ser aquele que os caminhos de ferro suiços usam.

Quem lê este blog com menos regularidade talvez não se recorde, mas ontem, há oito anos atràs, tive um dos dias mais felizes da minha vida. Casei com a "mulher da minha vida" e tinha projectos e planos para um futuro a dois. Muito se passou desde esse dia... O casamento teve o seu fim em Maio, mas tanto agora, como naquele dia 7 de setembro de 2002, o meu desejo é que essa extraordinária, inteligente, responsável, sensível, divertida e verdadeira amiga seja muito FELIZ! A outra coincidência feliz seria que hoje, dia 8 de setembro de 2010, faríamos 15 anos de namoro. Um bocadinho menos de metade das nossas vidas! Mas não há remorsos, nem arrependimento, só memórias boas. E ainda a noção de que temos muito mais anos pela frente para encontrarmos o caminho da felicidade.

Dá-se por encerrada mais uma missão, e uma série de posts, mas a ver se não desapareço daqui durante tanto tempo... Continuo a dever-me um post sobre a passagem da minha mãe pela ilha em Maio passado, outro sobre as minha férias em Portugal... Enfim, haja tempo!
Um abraço a todos!

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Mahogany Lodge, Accra, Ghana - Part VII

Princípio de semana, fim de missão. Hoje foi o último dia de visitas. Foram duas e não tivemos, novamente devido ao "grande", direito a almoço. É incrível como se pode ser tão pouco sensível às necessidades dos outros, isto, claro está, porque nos abastecemos no supermercado e comemos no carro (é favor não incluir o "míudo", ou seja eu, neste nós) e os outros, neste caso os colegas ganeses, que por lei devem ter a sua pausa para almoço entre as 12h30 e 13h30, não têm direito a nada. Continuo a aprender, e muito! Para não falar da arrogância com que se pede para desligar o rádio ou com que se diz ao motorista para ele parar de fazer ponto de embraiagem porque está a estragar o carro e que, se fosse com ele, ele não durava cinco minutos, porque só sabiam destruir o que não lhes pertencia. Mais liçoes, meus amigos, mais lições... E eu a aprender!!
Cúmulo dos cúmulos, quando regressámos ao hotel, os coitados ainda tiveram de levar o "grande" a uma praia para ver se era seguro correr por ali... Cheios de fome e terem de levar com esta peça...
Não consegui ter tempo nenhum para encontrar postais ou recordações do Ghana (nem para tirar fotos...), mas tenho esperança que o possa fazer amanhã à tarde, antes de partir. Mesmo que os postais cheguem depois de eu ter regressado a casa, não faz mal, pois não?
A constipação/gripe/amigdalite ou lá o que é, vai levar a última dose de bactericida hoje à meia noite. Espero não apanhar outra nos próximos tempos... Quero voltar a jogar futebol e fazer exercício!!
Quando voltar, tenho já uns quantos planos na manga, sendo que o mais urgente é a organização do dia do desporto lá no escritório. Vamos ter jogos tradicionais, um castelo insuflável, "sumo wrestling" nuns fatos insufláveis, um "Elvis" e BBQ durante a tarde toda. Espero que o tempo ajude. Ah! E que a minha nova ZON box HD+ esteja à minha espera... SportTV HD aqui vou eu!!
Não sei se este será o último post desde Accra... Mas não será certamente o último desde África. Em Novembro haverá mais.
Até breve!

domingo, 5 de setembro de 2010

Mahogany Lodge, Accra, Ghana - Part VI

Domingo... Que pasmaceira de domingo... Quer dizer, dormi até mais tarde, tomei um pequeno almoço reforçado e trabalhei até ao meio dia e entreguei ao "grande" o que tinha feito. Entretanto não havia net e ir até Accra sozinho não me estava a apetecer... Peguei no meu livro de cabeceira "A Ira de Deus", sobre o terramoto de Lisboa de 1755 e devorei-o durante umas horas, perto da piscina, até ser hora de tomar o antibiótico.
Enquanto lia o meu livro sossegadinho, apareceu uma senhora americana de idade já avançada, pele muito curtida, bronzeada, baton vermelho vivo nos lábios e um vestido muito colorido, de seu nome Wendy, que me abordou da seguinte forma: "Desculpe, sou americana, ficaria ofendido se lhe pedisse para me ajudar com o fecho eclair?". O meu cérebro parou dois segundos, juro! Respondi: "Claro que não. Quer que a ajude a fechá-lo?". "Não, não... a abri-lo se faz favor!". Lá abri o fecho à Wendy, que decidiu ficar ali a conversar comigo, com o fecho aberto, a dizer que trabalhava para o estado americano, num programa de prevenção contra a SIDA, ensinando os militares ganeses a como educar a população. Já tinha trabalhado em 28 países diferentes, quebrou o protocolo hoje porque foi de táxi sozinha para Accra e disse-me que havia uma peça de teatro muito boa a estrear hoje no "National Theatre". Achou piada ao meu nome, ao que eu fazia ali e ainda conseguiu perceber o título do meu livro. Depois, desapareceu tão depressa como apareceu...
Depois almocei e vi o jogo Suazilândia-Ghana de quailificação para a taça das nações africanas de 2012 (o equivalente ao nosso europeu). O Ghana ganhou 2-0 e bem. A net acabou por voltar e distraiu-me por mais um bocadinho e umas séries na televisão também.
Uma curiosidade: a manteiga que servem aqui ao pequeno almoço é da marca "Kerrygold", uma das marcas de manteiga mais conhecidas na... Irlanda!!! Faltam mais duas noites e estou de volta a casa... Está quase.
Boa semana para todos!

sábado, 4 de setembro de 2010

Mahogany Lodge, Accra, Ghana - Part V

Sábado de trabalho. Há muito que não me acontecia. E até estava a correr bem até à hora que decidimos parar, por volta do meio-dia... A partir daí foi o descalabro. Continuando na senda da aprendizagem com os "grandes", hoje tive direito a mais uma lição sobre como perder ainda mais tempo desnecessariamente. Então é assim: passamos a noite em casa de uma amiga e de manhã, 10mn antes do carro nos vir buscar ao hotel, ligamos ao colega (eu, o "míudo") a avisar que já estamos na cidade, para eu não ficar preocupado por não o ver no hotel, e que já sabem onde o podemos ir buscar. Devíamos sair às 09h00 do hotel, directamente para o porto de pesca de Tema... Quando chegámos ao pé do "grande", eram 10h00, porque ninguém sabia onde era a embaixada do país x, e ele estava todo contente no jipe da amiga, com o seu saquinho de roupa lavada... perdemos uma hora e meia com a brincadeirinha. Excelente técnica, devo dizer. De se lhe tirar o chapéu.
Deu-me tempo para ver o palácio presidencial, cuja construção foi inspirada pela forma típica de un barco tradicional. Muito imponente e até tem um hospital e tudo. É tipo a Casa Branca, como eles gostam de dizer.
Não sei se foi por ser sábado, mas a riqueza de vendedores de rua bateu os recordes todos... Havia: dvds, cds, sapatos, chinelos, meias, mapas de Accra e do Ghana, amedoins, fritos de várias formas e tamanhos, óculos de sol, relógios, pulseiras, super-cola, spray para limpar o pó, líquido para bochechar... Enfim, e todos os outros items dos posts anteriores!!!
Vi uns cinco cortejos de casamento, ocasião muito importante na vida dos ganeses, assim como os funerais. Cores dominantes nos casamentos são o branco e o vermelho, mas o cor-de-laranja e o amarelo também se juntam à festa.
Como disse antes, parámos por volta do meio dia e a partir daí começou o azar. O "grande" decidiu que queria comprar frutas na beira da estrada ou num supermercado e com essa missão tão importante seguimos caminho. Apanhámos filas, e filas, e filas, e filas e filas de trânsito porque os colegas decidiram levar-nos por uma estrada junto ao mar, talvez mais pitoresca ou apenas em direcção a um supermercado. E até foi, mas demorámos uma eternidade... Duas horas depois, decidiram para num restaurante para almoçarmos (e já vinha mesmo a calhar) e o "grande" disse muito rispidamente: "vamos parar?". Responderam-lhe: "Sim, para almoçar e depois seguimos até ao supermercado e depois para o hotel". "Ah, mas eu não preciso almoçar, podemos ir para o hotel e vocês devem querer estar com a vossa família, como é sábado... E tu Telmo, precisas de almoçar?". Eu disse: "O problema não é eu precisar de almoçar, é eles precisarem de almoçar...". O chefe dos colegas, que ia a conduzir o nosso jipe, decidiu então separar-se do carro dos outros colegas e seguiu connosco, enquanto os outros ficaram a comprar o almoço (soube mais tarde que acabaram todos por ir comer no escritório, num sábado, às 16h30...). Mais trânsito, mais um atalho e mais filas até chegarmos à entrada do parque do supermercado. O "grande" decidiu abrir a boca outra vez: "Mas não há um sítio onde eu possa comprar 3 maçãs e 1 ananás sem andarmos às voltas?". E eu, já com a mostarda a dar sinais de que não tarda ia chegar ao nariz, respondi: "Como não vamos todos ao supermercado, vais andando com um colega enquanto nós entramos no parque e depois vens ter connosco, está bem?". E lá foi, depois de me ter perguntado se eu queria alguma coisa... Quero, pá! Quero que me desapareças da frente! Fónix!... A resposta foi mais: "Não obrigado, não preciso de nada." Três sacos amarelos cheios de fruta e iogurtes depois, pudemos continuar até ao hotel onde chegámos às 16h00... três horas e meia depois de ter acabado o trabalho. Não pude deixar de sentir pena dos colegas que, abdicando do seu sábado em família, ainda estavam com paciência para nos aturar ao almoço e acabaram por levar uma nega tão deselegante, para não dizer outra coisa. Fiquei envergonhado e com vontade de me enfiar num buraco, acreditem.
Matei a fome depois de 8 horas de jejum com umas costeletas de porco, batatas fritas com ketchup Heinz de garrafa de vidro, o verdadeiro, e uns vegetais para compor o prato. Soube que nem ginjas!
Amanhã haverá trabalho, mas sem sair do hotel. É dia de por as notas que tirei durante as visitas em ordem e depois mandar tudo para o "grande" fazer o seu trabalho.
Boas noites!

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Mahogany Lodge, Accra, Ghana - Part IV

Sexta-feira, véspera de fim-de-semana... mas amanhã trabalha-se na mesma. Até faz um certo sentido porque ficamos cá pouco tempo (graças a Deus!) e precisamos de recolher as informações necessárias. Entretanto continuo a aprender com os "grandes" as artes de como perder tempo por tudo e por nada... Ele é "desligue o ar condicionado" ou "aumente a temperatura" ou "desliguem as ventoínhas" ou "desligue o rádio" ou "vou tossir alto e repetidamente porque não sei o que dizer agora"... Tudo isto sem um "se faz favor" e às vezes até com umas tiradas do género "dêem-me o comando do ar condicionado que eu trato disso...". E com isto já foram uns 15mn... Brilhante!
Os nossos colegas hoje vestiram o uniforme de sexta, que é como quem diz, camisa de mangas curtas, com os coloridos padrões do Ghana. Neste caso eram azuis, brancos e pretos. Fizeram-me lembrar os colegas das Ilhas Fidji que também tinham um uniforme para cada dia da semana.
Entretanto hoje foi um dia muito rico em deslocações pelo que pude ver mais ainda do Ghana, mais concretamente de uma cidade chamada Tema. No caminho de Accra para Tema, na autoestrada (sim, eles têm uma...) vimos um camião na berma, meio encavalitado, sem razão aparente. O nosso motorista disse logo "adormeceu!". Parece que é comum por estas paragens...
Dizem que Tema é a cidade industrial do Ghana e até sou capaz de acreditar nisso. Mas têm umas estradas que minha Nossa Senhora! É só buracos, crateras e mais buracos e mais crateras... Mas não há veículo, pequeno ou grande, que não passe por elas. Em frente a uma grande refinaria, estavam milhares de camiões cisterna, uns tamanho TIR outros mais pequenos, arrumados em paralelo, à espera de se abastecerem. Isto gera logo oportunidades de comércio, e esta gente como tem muita agilidade mental, trata logo de descobrir o negócio mais adequado. A comida rápida é uma constante, depois temos os jogos do azar, tipo raspadinha e lotarias, a seguir as bebidas e por fim as oficinas mecânicas a céu aberto. Aqui arranja-se tudo, desde autocarros a bicicletas e se não houver peças, pede-se ao vizinho do lado. Há também a venda de cartões "SIM" da rede MTN; são um êxito! Os camiões cisterna são quase todos brancos e cor-de-laranja, com letras garrafais "highly inflammable" na parte de trás, como que a dizer "se me tocam, expludo!". Vi também mais miséria, casas menos sólidas e mães com vários filhos a morar em sítios degradantes, onde se lava a roupa no canal que passa na berma da estrada. Passámos também por uma lixeira a céu aberto, algo que já não via há muito tempo, onde o lixo está constantemente a arder em vários sítios nos diferentes montes negros que se avistam de longe, libertando um fumo acinzentado, carregadinho de dioxinas e de um cheirinho nauseabundo. Pelos montes sujos, pessoas vão percorrendo os restos dos outros em busca de algo que os sustente... Vi um grupo de homens que saíram numa carrinha carregada de peças de metal apanhadas na lixeira, certamente para as reaproveitarem nalguma oficina. Ao lado da lixeira, do outro lado da estrada de pó, moram famílias inteiras, sem água, nem luz... Isto num país que tem imensos recursos naturais. Dá pena... E nem apetece tirar fotografias.
No capítulo vendedores de rua, vi autênticas fábricas de móveis de madeira à beira da estrada, com direito a exposição para venda. O IKEA que se roa de inveja!!
No regresso ao hotel, apercebi-me que quase todos os carros, novos e velhos, têm uns autocolantes reflectores brancos de cada lado do pára-choques da frente e uns vermelhos atràs. E os táxis têm mais uma caracteristica: matrícula amarelas!!
Ao jantar, uma sopinha de galinha, com natas e pãozinho para ajudar a engolir o empate de Portugal com o Chipre, por 4-4... Que vergonha! E finalmente, soube via BBC, a sentença do caso Casa Pia! Foi tudo condenado, excepto uma pessoa. Mas tenho a certeza que agora vai tudo recorrer da decisão e lá vamos nós ver isto tudo ser arrastado por mais uns anitos... Que vergonha outra vez!!!
Bom fim-de-semana para todos!

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Mahogany Lodge, Accra, Ghana - Part III

Dia muito cansativo para quem ainda tem de tomar antibióticos e não se sente em forma. Chegámos ao hotel por volta das sete da noite, depois de enfrentar mais umas quantas filas de trânsito e semáforos avariados.
Como tivemos de nos deslocar mais longe, pude ver mais um pouco do sul do Ghana. Vi partes de savana deserta onde só falatavam mesmo os leões, as girafas, as hienas e os elefantes. Também vi imenso comércio local de beira de estrada, sobretudo "block factories" que não são mais do que uma barraca com dois ganeses a fazer tijolos de terra. Há imensos e parece que há mercado para eles. Depois vêm as habituais casinhas de comidas típicas várias e mais uns quantos trabalhadores de ferro, cuja especialidade são os portões, e finalmente os remendadores de pneus. O sol esteve quente e a luz por estas paragens é diferente porque a nossa sombra quase nunca se afasta muito... Estamos perto da linha do ecuador, daí essa impressão.
Ontem acabei por não vos contar que os taxis por aqui também têm as suas particularidades. São carros de todas as marcas e modelos, com as suas respectivas cores originais, sendo que o que os distingue dos restantes são um sinal no tejadilho que indica a palavra "taxi" (mas sem ser igual para todos) e os quatro cantos da carroçaria serem... Cor-de-laranja! E hoje até vi vendedores de almofadas e edredons no meio das filas de trânsito!!
Comi uma sopa de cenoura ao jantar que era... Amarela. Não sei que cenouras eram, mas até me soube bem.
Amanhã há mais. Inté!

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Mahogany Lodge, Accra, Ghana - Part II

Dia sem visitas mas sempre em reunião com os nossos colegas que são bastante simpáticos e descontraídos. A maior parte são homens, falam inglês para dentro, quase imperceptível por vezes. No entanto, uma das colegas tem um tamanho impressionante!!! Nunca vi uma mulher assim... Deve fazer dois de mim em largura e tem um peito tão grande que não se consegue ver o pescoço! Indescritível! A sério! Mas, tal como os outros, muito prestável e bem disposta.
Continuo na minha senda assassina, com a ajuda da penicilina, para terminar de vez com a "bacteriagem" que vai aqui por dentro. Está a ir... mas devagar. É de 8 em 8 horas que lhes dou forte e feio. É o que temos. Para além disso há o nariz... que está entupido. Entupido como um deserto, onde tudo secou e se acumulou ao longo de gerações e gerações de muco infectado, que só me dá dores quando faço alguma careta mais parecida com aquele tipo extraterrestre do "Men in Black" que vestiu a pele de um humano, curta demais para o seu tamanho. E quando me assouo? Nem vos conto... Às vezes parece uma saída precipitada do Estádio da Luz, por uma só porta, de milhões de adeptos benfiquistas... Não é bonito, é o que vos digo...
Ao almoço, que os colegas entenderam ter de ser numa sala à parte para termos privacidade, comi arroz branco com peixe frito. Estava bom e nem parece nada de extraordinário, pois não? Então tentem lá comer duas postas de peixe frito com uma colher de plástico (único talher disponível...)!! Já torna tudo extraordinário, não é?
Como acabámos mais cedo, pude apreciar a vida quotidiana nas ruas de Accra:
- Filas de trânsito a perder de vista (16h30 é a hora de ponta) em vias de três faixas para cada lado (eles são 3 milhões só aqui...);
- autocarros-carrinhas de 9 lugares, com o cobrador a acenar constantemente pela janela para os passageiros que aguardam nas paragens;
- carrinhos a vender comida, bebidas e outros nas bermas;
- vendedores de tudo, mas mesmo de tudo (pentes, graxa de várias cores, pastilhas, revistas, jornais, cartões de telemóvel, doces, controlos remoto para televisão, amendoins...), que transportam os bens das formas mais imaginativas mas a de ter tudo em cima da cabeça é a que colhe mais favoritismo;
- um empregado com uma bandeira verde e outra vermelha nas mãos a fazer de semáforo numa passadeira;
- os carros da polícia, militares ou diplomáticos a ultrapassar no meio da faixa.
Amanhã haverá mais deslocações, por isso espero mais experiências típicas.
Ah! E ia-me esquecendo... Confesso que sou um "míudo" ao pé dos "grandes"... Hoje, um "grande" mostrou-me como se é capaz de perder umas boas, sem exagero, duas horas a falar de absolutamente nada de jeito e que já podia ter sido tratado e decicido há pelo menos uma semana atràs... Também aprendi como "des"fazer uma apresentação... Brilhante!
Como dizem os espanhóis (e já agora aproveito para dizer que tive 95% no meu exame de espanhol nível 4, olé!), "!no te acostaras, sin saber una cosa más!". Ah pois não!
Hasta mañana!

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Mahogany Lodge, Accra, Ghana - Part I

Estou a aproveitar a net à borla que tenho aqui no hotel, enquanto cai uma chuvada tropical lá fora, com direito a uns trovõezitos e tudo, par vos comunicar que cheguei finalmente ao continente africano. Não posso dizer-vos muito porque aterrámos de noite, apesar de aqui ser menos uma hora do que em Lisboa, pelas 18h30... O calor é muito e húmido e o primeiro impacto com os locais foi agradável. Parecem simpáticos. A ver vamos a continuação... Têm un inglês tramado!
Tínhamos o shuttle do hotel à nossa espera e quando chegámos ao parque de estacionamento, cerca de 5 indivíduos estavam a rezar, virados para Meca, em cima de um tapete de sala de jantar gigante. Curioso mas admiro a dedicação e crença. Pelo caminho, e aqui conduz-se como em Portugal, pude observar como são civilizados - sem aquele barulho constante e irritante das buzinas e sem as ultrapassagens amalucadas e perigosas - enquanto aguardavam pacientemente nas filas de trânsito da capital. Chegámos rápido ao hotel, que não é bem um hotel mas mais uma "lodge", que fica numa zona mais rica, parece-me, de Accra. Surpreendeu-me pela positiva porque apesar da humidade, o quarto é bastante bom, espaçoso, limpo, com ar condicionado, televisão e net. O chão é de madeira o que também ajuda. Vi também uma pequena piscina numa espécie de jardim central. Pode ser que tenha tempo e, mais importante, saúde para a experimentar. Amanhã começamos cedo, mas não cedinho, o que quer dizer que vai dar para dormir um pouco. Ainda bem, o corpo precisa de descanso.
Até amanhã!

Aeroporto de Schipol, Amsterdam

De regresso ao blog e ao meu trabalho normal, que muita gente diria ser passear pelo mundo fora. Desta vez o destino fica no continente africano, mais propriamente na África equatorial, a chamada África negra e também uma zona de muitos conflitos, com a Nigéria e a Costa-do-Marfim à cabeça. Lembram-se do filme "Diamantes de Sangue"? Já ficam com uma ideia. Mas o país que vou visitar durante a próxima semana é o Ghana e parece-me ser mais sossegado.
Espero ter mais tempo, e ligação à net, para compensar um pouco o tempo que passei longe do blog, muito por culpa devo dizer das fantásticas 5 semanas de férias que passei em Portugal... Saudades!
Não estou com a melhor das saúdes porque andei a arrastar uma constipação que afinal precisava de uma ajuda antibiótica, que levo comigo para a missão... Vai ser complicado mas espero pelo menos curar-me em África!
Espero dar mais novidades mais logo porque penso que a diferença é horária é pouca, talvez cerca de uma hora. Até lá!

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Coincidências?

A formação lá continua, de vento em popa, bem interessante. Boa dinâmica de grupo e bons formadores também ajudam. Amanhã temos uma visita pela manhã e um jantar num restaurante familiar, com direito a petiscos. Bem bom!
Entretanto, tudo aquilo que tinha planeado fazer hoje pela tarde não aconteceu.
A formação acabou mais tarde e já não tive tempo de fazer um dos circuitos de autocarro que tinha previsto, já a pensar nas fotos que ia tirar, por esse Porto fora...
Também não fui ver a meia-final com o meu colega blogueiro Filipe num típico bar/restaurante do Porto (já foram visitar o http://www.futlol.blogspot.com/?)...
Rendido, resignado, desci às 19h20 para o bar do hotel para ver o jogo. No bar, apenas uma pessoa já se encontrava sentada, uma cerveja na mesa, à espera do início do jogo. Peço uma cerveja também e peço licença para me sentar ao seu lado o que prontamente foi aceite.
Sem papas na língua, pergunto: "O senhor é o Mário Laginha, não é?". "Sou sim", com um sorriso.
Conversámos sobre quem era favorito para a vitória na meia-final. A Espanha foi consensual, até porque ambos achámos que a euforia germânica precisava de um travãozinho... Mas também concordámos que precisava de nos convencer. Fiquei a saber que o Mário é do Belenenses, único clube que apoia. E faz muito bem. O Belenenses é um clube com história. Continuando sem papas na língua, perguntei o que achava das vuvuzelas ("horríveis... Não deixam ouvir os adeptos a puxar pelas suas equipas, como os brasileiros e o seu samba...") e se estava no Porto para algum concerto. Também lhe disse, infelizmente por não ter conhecimento de causa, que não sabia se gostava do seu trabalho ou não... Não tenho nenhum cd, nem nunca fui a nenhum dos seus concertos, se bem que acho que vi um videoclip no Top+ uma vez ("Normalmente o meu trabalho não costuma aparecer no Top+... Ah! Talvez um com a Maria João..."). Deve ter sido esse...
Falámos de Saramago e do facto de eu (a vergonha!!) ainda não ter lido nenhuma das suas obras... Prometi que ia comprar livros do Saramago e pelo menos um cd do Mário para, na próxima vez que o encontrasse, lhe poder dizer o que acho dos seus dotes artísticos ("Aí é que vai dizer que não gosta de certeza do meu trabalho!!"... muitos risos!).
O Puyol marca o único golo da Espanha e batemos palmas, convictos de que foi merecido, porque o futebol flui na "La Roja" e dá prazer vê-los jogar.
Despedimo-nos com um passou-bem e o mútuo desejo de felicidades para o futuro.
Obrigado Mário.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Antiga, Mui Nobre, Sempre Leal e Invicta Cidade do...

... Porto.

Este nome, que tanto ouvi repetir nos últimos anos, ressoava na minha cabeça ao mesmo tempo que memórias de momentos e emoções menos agradáveis teimavam em sair dos buracos onde se tinham escondido, acabando com a falsa sensação de tréguas existente. Quando decidi tentar participar numa acção de formação nesta cidade, de 5 a 9 de Julho, confesso que o que contei no parágrafo anterior efectivamente aconteceu. Mas o facto de depois continuar em Portugal e ficar de férias por mais uns dias fez com que eu não pestanejasse sequer quando soube que podia vir.
A aproximação ao aeroporto Sá Carneiro, no domingo foi fantástica. Com o sol em pano de fundo, não fica nada atrás da aproximação ao aeroporto da Portela. É igualmente arrebatadora...
Apanhei um táxi até ao hotel, que fica bem no centro do Porto, em plena Praça da Batalha. O taxista, o Sr. Vieira, demorou uns 5mn até meter conversa... Deve ter achado que eu vinha de férias, ou algo assim... Apresentações feitas, passámos ao que interessa: futebol. A transferência do João Moutinho do SCP para o FCP, o Villas-Boas, o SLB, o Pinto da Costa, o Bruno Alves, o Raúl Meireles... O Sr. Vieira trabalhou na manutenção do Estádio do Dragão e até tem bilhetes de borla para ir ver jogos importantes como os da Liga dos Campeões, mas se dá na televisão, prefere ficar no sofá... Mas já levou a mulher e um casal amigo ao estádio para ver um jogo menos importante da Taça da Liga. Pelo caminho, atravessamos o centro do Porto e algumas avenidas e praças emblemáticas. "Bolas" penso, "isto até é bonito carago!".
Tive sorte com o quarto, pois tenho uma vista desafogada, onde o sol se põe no horizonte recortado pelas casas e monumentos que povoam as colinas (tal como as de Lisboa) que constituem o Porto. A Estação de S.Bento fica aos meus pés e o som das gaivotas à noite dá aquele peculiar toque marítimo aos portuenses que habitam esta zona, classificada como Património da Humanidade.
Na segunda, após a formação, descemos até à Sé Catedral... Magnifica vista sobre o rio Douro e o cais de Gaia (onde já estive várias vezes e recomendo que passem por lá). Continuamos a descer por estreitas ruas e vielas, escadarias íngremes e labirínticas que passam pelo meio de casas encavalitadas umas nas outras, equilibradas em rochedos. A roupa está estendida na rua, os putos brincam em tronco nu e os vizinhos, sentados nos degraus das suas portas, tagarelam ao mesmo tempo que vêem passar os turistas... Aqui faz fresco porque o sol não é convidado a entrar e de vez em quando sou surpreendido pelo delicioso cheiro de uma qualquer caldeirada ao lume... Chegamos à Ribeira e ficamos de frente para a outra margem. A ponte D. Luís I revela-se em todo o seu esplendor e o Metro do Porto passa languidamente no cimo, ao mesmo tempo que os carros atravessam o rio no tabuleiro inferior. Um fino e tremoços... Que saudades.
O calor é quase insuportável... Tudo serve para refrescar, incluindo mergulhos no Douro. Não arrisquei.
Hoje atravessámos a ponte D. Luís I pelo tabuleiro de cima. As curvas do Douro, marcadas pelas margens do Porto e de Vila Nova de Gaia, que rio acima são escarpadas, mas não menos bonitas que as rio abaixo, mais planas e cheias de vida. Avistamos pelo menos 4 outras pontes que ligam estes dois municípios. O plano do resto da tarde passou por uma visita às caves da Sandeman onde nos explicaram tudinho sobre o vinho do Porto, seus diferentes tipos e sabores, com direito a uma prova no final. Mais uma vez... Que saudades. Tenho de levar uma garrafa comigo quando voltar a casa. No regresso, feito uns metros mais abaixo da vinda, caminhámos sempre a subir até à Praça da Batalha, onde também mora o Teatro Nacional S. João e onde começa/acaba a Rua de Santa Catarina (sim, aquela do Monopólio). Na praça há paragens dos famosos circuitos dos autocarros turísticos (a ver se amanhã tenho tempo para pelo menos fazer um deles) e do "Porto City Tram Tour". Um eléctrico!!! Não fazia a mínima ideia que havia eléctricos no Porto. Brilhante!


Ah! Aquelas sensações e memórias do princípio do post, sabem? Já cá não moram...

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Aeroporto de Guayaquil, Ecuador

Provavelmente o último post desde o Ecuador... Estou no lounge da Iberia, a fazer tempo, mais uma vez... E agora tenho de ir à segurança para me irem revistar a mala!!! Até já!!

20mn depois, aqui estou. Passo a explicar: estava eu muito bem aqui a escrever este post, enquanto o meu colega foi dar uma volta, quando ele regressou para dizer que me estavam a chamar na porta 7, para revistar a minha mala. Peguei no passaporte, deixei o post a meio e lá fui. Levaram-me para o exterior do aeroporto, onde põem todas as malas no chão e escolhem ao acaso as que vão verificar. Num sítio à parte, 5 polícias da Polícia de Narcotráficos do Ecuador, estão em frente a umas mesas de inox, onde os passageiros colocam as suas malas e são interrogados. Com a minha sorte habitual no que diz respeito a filas de espera (horas da minha vida perdidas...) fiquei atràs de uma senhora de idade, cujo neto pequeno ia viajar sozinho, que não encontrava a chave certa do cadeado da mala do puto (que estava a curtir imenso o aparato policial!!!). Fui o último, claro, e já com a mala aberta e passaporte entregue, o senhor polícia começa a fazer-me as perguntas óbvias como para onde vai, esteve no Ecuador quanto tempo, em que locais...
- "O que faz?", ao que respondi no meu melhor espanhol - 2 semanas dá para praticar;
- "Soy inspector de la Comisíon Europea."
- "De la Policía Europea???"
- "No, de la Comisíon Europea."
- "Ah... Tiene passaporte diplomatico?"
- "Si, pero no lo estoy utilizando. Este é mi passaporte portugués"
- "Lo recomendo utilizar su passaporte diplomatico la proxima vez porque su maleta no sera revisada. E se me permite, hare una revista muy rapida de su maleta."
- "Gracias."
E pronto. Acho muito bem que façam estes controlos aleatórios, mas não gosto muito da diferença de tratamento que costuma existir quando certas palavras são pronunciadas. De qualquer forma, o senhor polícia não encontrou nada na mala, para ficarem tranquilos. Um casal de ingleses que chegou entretanto estava tão perdido que até me deu pena... Já com uns anitos em cima, vieram visitar o Ecuador e as Galapagos e agora isto... Mas lá foram todos contentes também!
É suposto que o avião saia às 20h00, mas ainda não chamaram para o embarque. Esperam-me umas 12 horitas de vôo até Madrid e depois uma espera até ao princípio da noite para regressar a casa. Com isto vou perder a abertura do Mundial e o primeiro jogo, mas hoje vi os Black Eyed Peas (ao almoço) e a Shakira (no gabinete da directora, já depois de terminar a reunião final) no concerto!!!!
Antes de virmos para o aeroporto fomos ao "Cerro del Carmen" onde está uma estátua do Cristo Rei a olhar para a cidade. Uma fantástica vista panorâmica de 360º da cidade de Guayaquil foi a melhor maneira de nos despedirmos deste país quente e húmido. Espera-me chuva na Irlanda...
Adios Ecuador!!

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Puerto Baquerizo Moreno, San Cristobal, Galapagos, Ecuador – Part II

Domingo, 6 de Junho de 2010

QUE DIA!!!! BRUTAL!!
Começou bem cedo com um pequeno almoço preparado pela Jacqui, dona da Casa Blanca, e fomos logo para o barco que nos ia levar a passear durante a manhã. Tentando resumir:
- Observação da paisagem costeira da ilha;



















- Observação de aves endémicas, como os “piqueros”, ou “boobies”, de patas azul celeste;














- Paragem perto da “Isla lobos” para fazer snorkeling e nadar com os lobos marinhos (e raias e peixes);














- Paragem numa praia deserta para relaxar, disfrutar, caminhar (era o paraíso se não fossem umas p***s de umas moscas que decidiram “comer” a minha perna esquerda);














- Almoço a bordo do barco na mesma baía;














- Observação do rochedo “Leon Dormido” e respectiva fauna;



















- Paragem junto ao rochedo para fazer mais snorkeling, através de um canal numa das pontas do rochedo, e nadar com milhares de peixes, tubarões (vocês não têm a noção, nem eu tenho ainda!!!), mantas, tartarugas marinhas;
- Regresso ao porto e disfrutar do sol e paisagem.
Após uma breve pausa para almoço, onde pedi um “churrasco” mas o que me saiu na rifa foi um bife com três ovos a cavalo, arroz e “papas” fritas, fomos até à maternidade de tartarugas galapagos (donde o nome...) e vimos vários espécimens, de diferentes tamanhos, na sua vidinha tão calma e serena. Não admira viverem até aos 120 anos...
Seguimos depois para “El Junco”, uma cratera vulcânica inactiva há muito, que agora é uma lagoa.
Agora, estou a fazer tempo para ir jantar, na cama de rede do quarto, e aproveitei para copiar todas as fotos e filmes que o guia tirou e fez durante o dia. Estou cansado, “escaldado” e muito relaxado... Pena ter de voltar ao trabalho amanhã! Vou ouvir um pouco de música lounge para ficar ainda mais zen... Abrazos gringos!

terça-feira, 8 de junho de 2010

Puerto Baquerizo Moreno, San Cristobal, Galapagos, Ecuador – Part I

Sábado, 5 de Junho de 2010

Estou a escrever este post numa cama de rede que tenho dentro do quarto, aqui no “hotel” Casa Blanca. O quarto não tem televisão, o tecto é azul, as paredes brancas excepto uma que está decorada tipo fundo do mar com peixes, tartarugas, tubarões e “lobos marinhos” como lhes chamam aqui (mas parecem-se mesmo muito com focas).
Chegámos pelas 12h40 locais, menos uma hora que no Ecuador continental e menos 7 que na Irlanda e Portugal. Fomos acolhidos pelo nosso guia Jose (ler com pronúncia espanhola!!) e eu fiquei logo com a ideia que todos os guias na américa latina se devem chamar Jose, tal como aconteceu no México, já há 11 anos atrás... Pusemos as malas na parte de tràs do taxi pickup, como todos os outros aqui na ilha, e o Jose foi-nos explicando o que iríamos fazer durante a tarde. Instalámo-nos na Casa Blanca e fomos almoçar peixe grelhado antes de começar. Em seguida caminhámos até ao Centro de Interpretação das ilhas e demos logo de caras com os lobos marinhos, espalhados pelas rochas, na areia, debaixo das árvores, a curtir o calor dos 29ºC... Foi uma surpresa para mim a proximidade e o à vontade com que estes mamíferos marinhos nos brindam e isto foi só o princípio... No centro, o Jose explicou-nos a origem das ilhas, as suas características e evolução, os acontecimentos históricos e várias fases de colonização das ilhas e o trabalho de Darwin que foi quem deu a conhecer ao mundo este paraíso. Entretanto, a caminho do centro parámos na agência de viagens do Jose e suas irmãs para recolher equipamento de “snorkelling” (acho que ainda não há tradução para isto em português...). Depois fomos directos para uma praia, e no caminho para a mesma pude ver iguanas marinhas, completamente pretas, da cor das pedras vulcânicas constantemente banhadas pelas ondas. Fiquei mesmo impressionado com a quantidade e côr destes répteis, que deixam trilhos na areia com as suas caudas compridas. Vimos também pardais, pelicanos, “fragatas” (uma ave de grande envergadura que tem por característica roubar a comida aos outros pássaros para sobreviver), caranguejos eremitas, garças boieiras... E quando chegámos à praia (nós e mais um bando de putos irritantes pelo barulho que faziam...) mais lobos marinhos estavam a curtir as ondas, as rochas e a areia. Pusemos o equipamento de snorkeling e nadámos um pouco para ver os peixes tropicais e duas tartarugas marinhas, bem grandes, ali tão perto. Como os putos também estavam a fazer snorkeling havia muita confusão e decidimos retirar-nos para aproveitar o quente final de tarde. Estar perto do mar é um recarregar de energia e positivismo constante e quando os putos se foram embora foram os lobos que tomaram o seu lugar na água, na areia, a palmos de distância... Uma delícia!
O Jose tem 33 anos e dois filhos. Um com 3 anos e outro com 5. Cada um de sua mãe, uma galapaguenha e outra alemã. Guia há já 13 anos na ilha de San Cristobal, junto com as suas irmãs, gere uma pequena agência de viagens dedicada só a actividades turísticas, na capital das Galapagos, Puerto Vaquerio Moreno. Conhece toda a gente, desde taxistas, empregados e donos de restaurante, lojistas, a pessoas que passam na rua. Fala inglês e começou a aprender alemão quando visitou o seu filho mais novo, perto de Kaiserslautern. Dá-se bem com as suas antigas namoradas (nunca chegou a casar) e está em contacto com os seus rebentos. Entretanto, porque o Jose gosta de “chupar “ (beber, por estas paragens) e “bailar”, não tem tempo para assentar, nem quer. Há coisa de um mês, Jose voltou a encontrar o amor na forma de uma norte-americana chamada Emily, originalmente do Kansas, mas a viver actualmente no Colorado. Emily estudou gestão de recursos naturais numa universidade que lhe deu a oportunidade de vir passar um mês na Universidade das Galapagos. Ela gostou tanto que quis regressar, e veio agora por oito meses fazer voluntariado e ensinar inglês aos alunos ecuatorianos da universidade. Emily tem um ar mais jovem que Jose, usa tótós e boina tipo tropa chinesa comunista, e quando chegou à praia onde estávamos, com as suas colegas professoras e dois amigos, veio logo sentar-se ao pé do nosso guia.

Partimos já o sol se tinha posto e marcámos encontro para o jantar às 19h30. Jantámos no restaurante “La Playa”, no final do passeio marítimo da vila. Uma bela “parrillada” de marisco... Que bem que soube! A meio do jantar, aconteceu uma coisa curiosa: um batalhão de homens, todos à civil, interrompeu a sua marcha militar mesmo em frente ao restaurante. O Jose explicou-nos que ao sábado à noite os magalas têm ordem de soltura para poderem extravasar a sua alegria nos bares e discotecas, depois de uma semana fechados no quartel. Mas antes da diversão, há que marchar à civil nas ruas da cidade!!! A praia mesmo em frente ao passeio é o dormitório dos nossos já decididamente amigos lobos... São às centenas e é vê-los a espreguiçar os seus corpos redondos na areia, esfregando-se uns nos outros, andando e parando com pesar, bufando e espirrando, alimentando os mais novitos ou então simplesmente... dormindo. Tudo isto à distância de... um nada! Apetece tocar, dar festas e abraçar... Mas não se pode. Apesar de alguns parecerem cachorros, continuam a ser animais selvagens. E todos aqui levam muito a sério o tema da conservação e protecção da natureza. É o principal ganha-pão de muitos.

Amanhã há mais aventuras. E começam bem cedo, por isso... Cama!

sábado, 5 de junho de 2010

Aeorporto de Guayaquil, Ecuador

Estou neste preciso momento a piratear a net da sla vip de uma das companhias aéreas que opera aqui, a TAME. Acho que eles não se importam...
Estou à espera do avião, da companhia AeroGal, que me vai levar a San Cristobal, nas ilhas Galápagos!!! Nunca pensei, e se calhar também não o planearia, visitar estas ilhas património da humanidade. Estou curioso e ansioso para relaxar um pouco e fazer outras coisas que não ver papéis, visitar fábricas e fazer perguntas. E para não pensarem que estou a mentir, fica aqui a prova, com direito a foto e tudo (é a segunda, é só clicar na setinha). E apesar do meu novo apelido, sou mesmo eu...É a segunda vez que apareço num jornal de um país que visito. A primeira foi em Novembro de 2008 quando estive na India.
Não sei se vou ter net nas ilhas, mas prometo que escrevo um post todos os dias e depois coloco-os aqui mais tarde, com fotos, claro.
Bom fim-de-semana!

Guayaquil, Ecuador - Part II

Sexta-feira, 4 de Junho

Mais 4 horas de carro, desta vez ainda com alguma luz, o que deu para ver a paisagem ainda muito selvagem do trajecto. Deu também para perceber o atraso que as estradas deste país ainda têm e o tempo que vai levar a construí-las... E ao contrário da outra vez, mantive-me acordado para testemunhar o quão perigoso é andar nestes esburacados caminhos de asfalto/terra batida/cimento.
O dia foi cansativo e de trabalho e não houve tempo para passear, mas espero poder compensar este fim-de-semana com uma ida relâmpago às ilhas Galápagos. Estou cheio de curiosidade, até porque tenho uma revista da National Geographic na mesa da minha cozinha, que costumo ler ao pequeno almoço, onde está um extenso artigo sobre Charles Darwin e os seus feitos. Não sei se vou ter internet, mas vou tirar as fotos que conseguir e depois pô-las aqui.Fiquem bem! Ah! E bom fim-de-semana!

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Manta, Ecuador - Part II

Hoje não há muito para contar, a não ser que se trabalhou e bastante. As fotos prometidas, tiradas às 07h00 da manhã, já com um calorzinho agradável, aqui estão!














Ontem faltou dizer que uma senhora, que trabalha num laboratório que visitámos no primeiro dia, me disse elogiosamente que eu era parecido com o primeiro filho da Lady Di... Esbocei um sorriso grande e disse-lhe que já não era a primeira pessoa a dizer-mo, agradecendo claro a comparação amável que fez.
Em Manta, continua o calor e a humidade, de manhã à noite. Como curiosidades, posso dizer-vos que aqui a marca de gelados "Olá" se chama "Pingüino", e que se diz "almuerzo" e "carro" em vez de "comida" e "coche" como em espanhol. Os ecuadorenhos que tenho encontrado são muito simpáticos e bastante educados e a comida tem sido de sobra!
Amanhã estamos de regresso a Guayaquil e esperam-nos outras 4 horas de estrada... Eu depois conto como foi, espero.
E agora caminha que já é tarde!
Abrazos!

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Manta, Ecuador - Part I

Hoje tive tempo para observar um pouco mais da cidade de Guayaquil. A maior sensação é a de haver grandes diferenças entre os ricos e os pobres... A cidade é a capital aconómica do país, deve ter cerca de 2 milhões de habitantes e nas várias colinas que pude observar existem milhares e milhares de casas que se equilibram precariamente umas nas outras, sem nexo, nem paredes pintadas ou até janelas... Sim, a miséria também é muita por aqui. Os fios de electricidade povoam as ruas, de poste em poste, em quantidades industriais. Todas as janelas ao alcance de alguém mais dotado na escalada têm protecções em ferro ou então muros com arame farpado. Não sei se já vos tinha dito, mas há seguranças privados em todo o lado e muitas vezes com coletes à prova de bala. Pude ver também a "Metrovia" de Guayaquil que não é mais do que um autocarro (daqueles com harmónio) que tem uma via dedicada, com estações tipo metro, onde as pessoas têm de passar por torniquetes e depois esperar que umas portas automáticas se abram para poderem entrar no "metro". Não deixa de ser um conceito engraçado... e muito popular por estas paragens! O trânsito, confirma-se, é mesmo caótico! E há aqui carros que de certeza são em 22ª mão...

No fim do dia tínhamos de mudar de cidade e por isso foi preciso passar 4 horas no carro até Manta, que fica mais a norte da costa pacífica do país. A estrada até que não é assim tão má, mas há um pedaço que ainda está em terra batida e as regras de trânsito aqui são algo desconhecido. Digamos que foi uma aventura, que acabou por ficar meio toldada pelo jet lag que ainda sinto a pesar nos ombros. Pelo caminho, ainda fui contemplado com performances antológicas de êxitos como "Todo lo que hago, hago por ti" de Brian Adams, "En tu cama de rosas" dos Bon Jovi, e outras músicas de Sting, Scorpions, Madonna, num belíssimo CD chamado "Stars in Spanish"... Brilhante!!!

Enfim, o sacrifício está feito e o hotel em Manta é mesmo sobre a praia, pelo que hoje espero que as ondas me embalem até às 07h00 e não me deixem acordar às 03h00 como aconteceu esta manhã... Amanhã haverá fotos.

Ontem esqueci-me de desejar um feliz dia da criança a todos os meus sobrinhos "emprestados" e a todos aqueles que ainda trazem uma criança dentro de si (sentido figurado ou literal!!). Os meus pais, e a minha mãe mais tarde manteve a tradição, tinham sempre uma prendinha para mim e para o meu irmão neste dia... Outros tempos!
Buenas noches!