quinta-feira, 8 de março de 2012

Aeroporto de Brasília, Presidente Jocelino Kubitschek, portas de embarque de vôos internacionais, 08/03/2012

Final desta longa visita ao país irmão. Antes de mais, tenho de vos contar como foi o fim-de-semana em Porto Alegre e os restantes dias em Rio Grande.
Porto Alegre é uma cidade antiga, terra de gaúchos, onde se bebe muito mate. Dizem que dá energia para o dia. Acredito, mas não provei... Em Porto Alegre, para além da presença óbvia das raízes portuguesas e de uma nova rota aérea directa para Lisboa, existe uma rivalidade entre dois clubes de futebol: o Grémio e o Internacional. Na cidade diz-se que essa rivalidade é vivida saudavelmente e eu pude constatar isso mesmo entre os nossos colegas brasileiros mais fanáticos.
A cidade fica ao lado de um rio, que parece mais lago, que desagua numa lagoa, chamada Lagoa de Patos (não vi um!). No sábado à noite disfrutámos de um jantar bem gaúcho, com muita carne grelhada de primeira qualidade e umas caipirinhas muito “gostosas”! Tivemos também direito a vários espéctaculos de dança gaúcha que me fizeram lembrar os nossos ranchos folclóricos.
Apanhámos um avião bem pequeno para Rio Grande, uma cidade ainda mais a sul do estado de Rio Grande do Sul, a cerca de 200km da fronteira com o Uruguai. Rio Grande fica numa ponta de terra banhada pela Lagoa de Patos e pelo Atlântico Sul. Trata-se de uma sítio mais pequeno, onde se troca o “você” pelo “tu”, mas de uma importância vital para o Brazil por ser o “porto do Mercosul”.
Durante as visitas, acompanhado desta vez pela colega espanhola, tive o prazer de conhecer três homens que me fascinaram.
O primeiro foi um coreano, que se instalou no Brazil depois de uma vida quase de caixeiro viajante pela América do Sul. Ele, e os seus filhos, fizeram negócio e têm como parceiro principal a Coreia do Sul. Num espanhol quase perfeito, contou-nos a história da sua vida, sem ser maçador, acrescentando aqui e ali umas piadas de um humor cativante. Os seus filhos, para além de seguirem as pegadas do pai, aprenderam o que há de mais importante: os valores humanos.
O segundo, descendente de portugueses, também pela educação, pela confiança que tem nos seus empregados e pela simpatia. A memória histórica preserva-se e é contada com interesse, sem esquecer o futuro e o querer sempre fazer melhor.
O último, já de 75 anos, parecidíssimo com o meu falecido avô, no cabelo, nos óculos, no relógio no pulso, nas camisas de manga curta, nas calças de ganga e nos sapatos, atirou-me brincando com um “Eu sou mais português do que tu. Eu escolhi ser português. Tu és português só porque nasceste lá!”. A dupla-nacionalidade reflecte-se quando nos conta as suas memórias de Cascais, onde ainda tem primos. A história da empresa, e da própria cidade de Rio Grande não lhe é nada estranha e com destreza vai mostrando e explicando as relíquias da empresa que já foi da família e que agora só supervisiona. Contou-me também que teve o prazer de conhecer o Eusébio, em Lisboa, com “um primo que é muito amigo dele ainda” e de ter privado com ele em Porto Alegre quando o Benfica veio participar no torneio de inauguração do estádio da Internacional, juntamente com a selecção da Hungria, o Grémio e claro, a Internacional. Aquando do jogo de despedida do Eusébio, no antigo estádio da Luz, ele esteve presente e recebeu uma medalha comemorative do acontecimento que satisfeito, agora recentemente, ofereceu a um dos mestres dos barcos com quem trabalham por este ser fanático do Benfica.
Regressámos a Porto Alegre, pousando pelo caminho em Pelotas (este nome faz-me sempre rir...ehehehehe) e viemos para Brasília na quarta-feira.
Queimámos os últimos cartuchos hoje de manhã, fomos elogiados pela nossa ética, atitude e profissionalismo por um “Senhor” que me deu imenso prazer conhecer, tanto a nível profissional como social, almoçámos com os nossos colegas e... sim, adivinharam... estamos no aeroporto de novo. Mal podemos esperar para entrar no avião e regressar. As saudades foram muito mais desta vez... Tenho pressa de chegar! Este é o primeiro de três aviões, mas espero sexta-feira à tarde já estar no aconchego do lar (que não o será por muito mais tempo... Temos novidades! Mas isso fica para outro post...).
Beijinhos, abraços e até à próxima Brazil!

sábado, 3 de março de 2012

Aeroporto de Fortaleza, portas de embarque de vôos domésticos, 02/03/2012

De novo num aeroporto... Acho que conseguia ter sucesso como críitico de aeroportos, tal como os críticos gastronómicos têm. A diferença é que eles têm a sorte de comer belos repastos e eu tenho a sorte de experimentar o conforto das fantásticas cadeiras da sala de espera em frente às portas de embarque.
A estadia em Fortaleza foi agradável mas muito preenchida. Acordar quase todos os dias às 06h30 e acabar o dia por volta das 20h00, ou até às 23h00 como ontem, sai do corpinho. Não me perguntem se fui a Jericoacoara ou à praia da Canoa Quebrada... Não fui, não tive tempo e o que vi foi através do vidro escurecido da pick-up, conduzida pelo motorista Sampaio. Ah! Consegui tirar uma foto de uma praia onde os barcos descarregam lagosta... Menos mal.
Fortaleza é tipo Portimão mas com prédios 10 vezes mais altos e em muito maior quantidade. A linha da frente de praia é assustadora. São arranha-céus e mais arranha-céus de apartamentos, todos convencidos de que oferecem a melhor localização e vista sobre a praia. O passeio, ou “calçadão”, está constantemente cheio de gente a andar, correr ou só a passear, a toda a hora. A comida é excelente. Muita variedade de fruta, carne grelhada, peixe e camarão.
Aracati é uma cidade mais pobre. Tem, pelo menos, três igrejas que testemunham a passagem dos portugueses por esta região. Fiquei num chalé, situado numa espécie de complexo turístico com piscina e escorregas, onde dei de comer a cerca de 7 ou 8 mosquitos sedentos e ingratos, que decidiram não respeitar as fronteiras da minha rede mosquiteira esburacada.
Daqui levo na memória que tenho de ver o filme “Assalto ao Banco Central”, que se passou em Fortaleza, a quantidade de modelos da Fiat diferentes dos que existem na Europa (o Fiat Uno ainda se vende por aqui!) e o programa de rádio à hora do almoço da Rádio 100, “Vale a pena ter saudade”, onde o locutor, com a sua voz grave, melodiosa e sensual, l~e mensagens de apaixonados dedicadas aos amores das suas vidas, enquanto a banda sonora do Titanic toca lá no fundo...
Vamos seguir viagem para São Paulo e depois para Porto Alegre, terra dos gaúchos. Espero poder descansar e trabalhar no fim-de-semana.
Até mais!