domingo, 15 de maio de 2011

Moscovo, Russia - Parte I a IV

Parte I
Num avião cheinho de russos que foram certamente fazer compras a Paris, calhou-me o lugar 27A, numa janela bem lá atrás e ao lado de um puto russo que passou o tempo todo a mergulhar a cabeça já adolescente no colo da mãe para dormir. Foram três horas e 55 minutos bem compridos que tentei encurtar com a leitura de uma das minhas revistas favoritas de cinema, a "EMPIRE" (ainda não fui ver o “Thor”... e o “Captain America” nunca mais estreia!!).
A aterragem foi já ao cair da noite mas pela janela do avião ainda se conseguiu vislumbrar a imensidão plana desta parte do globo, onde florestas e planícies se confundem... Mais perto de Moscovo, torres altas de apartamentos contrastam em altura com os locais onde foram construídos. Aterramos numa moderna pista e correpsondente terminal. Grandes letras em círilico anunciam que estamos no aeroporto de Moscovo – Sheremetyevo.
Após uns exigentes controlos de passaporte, visto e cartão de migração (era uma funcionária novinha mas muito zelosa...), recolhemos as malase pusemo-nos a caminho do hotel. Atravessei avenidas, que mais parecem autoestradas, de 3 a 7 vias para cada sentido, a velocidades escandalosas e pelo meio do trânsito igualmente veloz e sempre a mudar de via para escapar a algum veículo mais lento... Sim, porque os há por aqui, alguns até a cair aos bocados! Rodeámos a famosa Praça Vermelha e o Kremlin, bem iluminados, e depois de atravessar uma ponte para o outro lado do rio Moscou apareceu o hotel numa esquina priveligiada, com vista para os monumentos mais famosos da cidade. Ficámos alojados no Hotel Baltschug Kempinski, que segundo o meu entendido irmão é um hotel de jeito. E ele tem toda a razão porque o meu quarto era ENORME!!! Com um pé direito de 5m, três janelas gigantes e uma distância da cama à televisão que nem o LCD de 56cm consegue esbater, dava perfeitamente para jogar squash! O senão disto é o preço do quarto (é tão proibitivo que não me atrevo a dizê-lo...) e de uma qualquer migalha que se coma (estamos a falar de um pequeno-almoço básico, não incluído, de cerca de 35€...). Salvou-me o Starbucks na esquina seguinte que felizmente abre às 07h30 com milhentos tipos de café, bolos, muffins, sandes e croissants a preços bem mais competitivos!

Parte II
Primeiro dia de trabalho “à séria”. As reuniões e visitas do costume com uma pausa para almoço que se fez num restaurante típico ucraniano que até menu em português tinha. Foi então que pude constatar como uma garrafa de vodka nesta terra desaparece num instante. Ele há brindes a tudo e mais alguma coisa e também a nada. Educadamente brindámos, mas sempre só com um copo... Estamos aqui para trabalhar! Só para lembrar aos mais cépticos... No final do dia tive o primeiro contacto com a magnitude da Praça Vermelha e da Igreja de S. Basílio (aquela que parece um bolo, com aquelas cúpulas todas coloridas). Passei em frente ao mausoléu do Lenine, de cuja varanda todos os líderes russos, ou melhor dizendo soviéticos, aceneraram às tropas em parada, tendo como pano de fundo a muralha do Kremlin. Curiosamente, no lado oposto, um centro comercial a fazer lembrar as galerias da Grand Place em Bruxelas, ostenta as lojas das marcas mais caras do mundo. Mas por fora (e por dentro também, vejam lá mais à frente...) fica bem bonito quando é iluminado por milhares de luzes que desenham o seu contorno.

Parte III
Mais um dia de trabalho, com direito a massagem grátis nas costas: 2h30 de carrinha pela autoestrada mais cheia de lombas e buracos que já vi na minha vida!!!! O motorista bem que tentou ser mais esperto que o asfalto danificado, mas o resultado foi uns 598 a 3... Ao sair, e depois ao regessar, de Moscovo pude constatar que a altura média de um bloco de apartamentos varia entre os 5 e os 17 andares, sendo que os segundos são bem mais frequentes. A ligar este megablocos habitacionais, fios de electricidade voam de prédio para prédio num emaranhado esquisito que se repete também ao nível dos postes de iluminação da rua. A juntar à esta festa ainda temos os fios que alimentam aqueles autocarros-eléctricos (como os de Coimbra – ainda existem, não existem? É que estando fora de Portugal há já tanto tempo, as coisas vão-me escapando... como o túnel da CRIL já estar aberta por exemplo!!!) que existem por aqui e os eléctricos (dos quais existem pelo menos três formatos diferentes). As diferenças sociais por aqui são evidentes até nos carros: há de tudo, é verdade, mas os extremos são os que mais se notam. Desde o modelo mais recente do Cadillac Escalade, até ao mais podre Lada ou Volga. Mas uma coisa todos têm em comum: seja de série ou com a ajuda de uns plásticos pretos colados no interior dos vidros, todos têm vidros escuros pelo menos atrás!!!
Moscovo tem muita, muita gente... É considerada a maior área metropolitana da Europa, a sétima maior cidade do mundo e tem tanta população como Portugal inteiro...
À noite, jantamos noutro restaurante típico ucraniano, também com menu em português. A comida ucraniana é boa e recomenda-se! Agora... Por onde anda a comida russa? AH!É verdade... provei os famosos biscoitos russos da cidade de Tula!

Parte IV
Um sábado logo no princípio de uma missão é algo raro... Com mais uma visita ao meu preferido Starbucks de Moscovo, aguentei estoicamente uma visita ao Kremlin num dia chuvoso e cinzento. Escolhemos bem o dia porque se estava a comerar os 1000 dias até aos jogos olímpicos de inverno que vão ter lugar na cidade de Sochi em 2014... Conclusão? Praça Vermelha vedada por causa de um concerto que ia acontecer mais tarde, acessos condicionados por causa de uma maratona associado aos festejos... Mas nós não desistimos! E no mais típico comportamento russo decidimos que tinhamos de visitar o Kremlin e que não passava daquele dia. Assim foi. Mas apanhámos tanto chuvinha, meu Deus... Primeiro visitámos a “catedral bolo” que tem nada mais nada menos que 10 igrejas lá dentro! E um coro, só de vozes masculinas, que cantava cada vez que se pagava. Depois, já no interior do Kremlin, há palácios do governo (um deles com um teatro) e do senado, um arsenal e cinco catedrais, as quais visitámos à borla (tinha de haver alguma coisa de positivo no meio disto tudo, não?). Entre ovos do joalheiro francês Fabergé, portas adornadas por esculptores italianos e frescos da época medieval a cobrir por inteiro as paredes interiores de algumas catedrais, fomos alegremente de embasbacanço em embascanço... Ao voltar, decidimos abrigar-nos nas galerias comerciais de que vos falei acima. Impecavelmente limpas, decoradas com um bom gosto invejável, até uma fonte interior apresentam, rodeada por árvores em flôr... Está quentinho e não apetece sair para a chuva... Hei-de voltar, nem que seja para um café.
No exterior, já a maratona tinha acabado, acumulavam-se camiões e camiões do exército ao lado da ponte, e na ponte, que dá acesso ao hotel. No interio, jovens soldados russos imberbes, dormitam de boca aberta para o vazio...
Já no quarto do hotel decido que um banho de espuma bem quentinho me vai pôr como novo... De roupão e chinelos, todo enxuto, assisto despreocupado ao Blackburn vs Manchester United num qualquer canal russo enquanto saboreio um wrap de salmão, ovo cozido e alface made in... pois claro... Starbucks! A rematar, dois chocolatinhos negros oferta do lounge da Air France do aeroporto CDG... Mnham!

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